quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Bastonetes

A retina é a camada mais interna do olho, sendo o local onde os raios luminosos, após atravessarem a córnea e o cristalino, incidem. Nesta zona, existem dois tipos de células especializadas na captação da radiação luminosa e na sua conversão num estímulo nervoso, que, posteriormente, é conduzido ao cérebro através das fibras nervosas. Essas células são os cones e os bastonetes.
Os bastonetes, de formato alongado, são as células mais numerosas, existindo cerca de 125 milhões em cada olho. Apresentam um baixo limiar de excitação sendo, por isso, muito sensíveis à luz, assegurando a visão em condições de baixa luminosidade. No entanto, apenas permitem a formação de imagens em tons de cinzento e pouco nítidas, sendo a visão colorida e de elevada definição devido à acção dos cones. Este último tipo de células apenas funcionam em condições de elevada luminosidade.
No interior do bastonete, acumuladas em pequenas vesículas discoidais, paralelas ao eixo maior da célula, existe um grande número de moléculas de um único pigmento visual, a rodopsina. Este pigmento insere-se no grupo maior das escotopsinas, os pigmentos responsáveis pela visão nocturna. A incidência de luz na molécula do pigmento gera alterações na sua conformação estrutural, que desencadeiam diversas alterações no bastonete, levando à emissão de um impulso eléctrico - impulso nervoso.
Os pigmentos visuais, incluindo a rodopsina, são formados pela associação de um cromóforo carotenóide com um proteína.
Na zona da fóvea, ponto de maior acuidade visual da retina, não existem bastonetes, apenas cones. Estes dispõem-se em torno desta estrutura e, contrariamente aos cones, pode-se encontrar um grande número ( até 300) ligado a apenas uma única célula nervosa ganglionar, o que impossibilita a formação de uma imagem nítida. No entanto, devido à sua disposição e elevado número, apresentam um campo visual mais alargado que os cones, sendo os responsáveis pela visão periférica. Esta visão, embora pouco nítida nas zonas afastadas do centro visual, permite uma boa percepção de movimentos. Para formar uma imagem clara, a cabeça ou os olhos giram, por forma a que a luz incida na fóvea, onde se localiza a maior parte dos cones.
Os bastonetes permitem a percepção de forma, dimensões e brilho.
A xeroftalmia ou cegueira nocturna é uma doença que se traduz na perca de visão em condições de baixa luminosidade. Deve-se a uma deficiente ingestão de vitamina A, já que esta é necessária para a manutenção dos níveis de rodopsina, o pigmento visual que existe nos bastonetes.

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